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A estonteante Lea T

  • Nina
  • 29 de mar. de 2021
  • 4 min de leitura

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Hoje que vem pra festa nessa Alcova é a estonteante Lea T, Dois anos atrás, a modelo internacional Lea T., filha do jogador de futebol Toninho Cerezo, falou ao Fantástico sobre a dor de ser uma transexual, ou seja, de ter nascido em um corpo de homem, mas se sentir uma mulher. Fantástico: existe um lado bom em ser transexual? Lea: “Não. Eu não vejo um lado bom em ser transexual. Sou penalizada em tudo”, disse ela na época. Depois dessa entrevista, Lea T. fez a cirurgia de troca de sexo. Será que ela está feliz? A modelo falou com exclusividade para o Fantástico Ceribelli: A Lea T. fez a cirurgia de troca de sexo em março de 2012, mas só agora, quase um ano depois, ela se sente à vontade para falar sobre o assunto. Por quê? Lea: Porque a cirurgia é uma cirurgia complicada, não é uma cirurgia simples. É uma coisa muito íntima. Estou meio sensível, estou meio voada em algumas coisas, tentando entender algumas coisas. Mas eu acho que agora eu to começando a conseguir falar a respeito dessa cirurgia, a respeito dessa pequena e grande mudança que eu fiz. Ceribelli: A cirurgia ocorreu tudo bem? Lea: Hoje já ta tudo certinho. Mas é uma cirurgia demorada. Não é cirurgia que você acorda. Não é um peito. È muito diferente de tudo isso. Você não consegue andar, você tem que ficar deitada numa cama. É muito complicado. Ceribelli: Quanto tempo você ficou no hospital? Lea: Eu fiquei no hospital um mês e meio. Ceribelli: Em algum momento você falou: ah, eu não devia ter feito isso? Lea: Eu fiquei um mês, sentindo dor, pensando nisso. Eu não aconselho essa cirurgia pra ninguém. Não é só por causa da dor física de sua recuperação que ela parece um pouco "arrependida" do que fez. Depois de conseguir com a cirurgia, o corpo feminino que tanto desejava, Lea percebe que emocionalmente, nem tudo mudou. Lea: Eu achava que a minha felicidade era embasada na cirurgia. Mas, não foi. Não é isso. Ceribelli: Você não ficou mais feliz depois da cirurgia? Lea: Eu fiquei mais à vontade. É diferente. A felicidade não é não é um pênis, uma vagina que traz felicidade a ninguém. Ceribelli: Me lembro da nossa entrevista, bem antes de você fazer a cirurgia, você dizia que não se sentia uma mulher completa sendo uma mulher no corpo de homem. Depois da cirurgia, hoje você já diz: eu sou uma mulher completa? Lea : Não, não! Ceribelli: Você hoje é 100% mulher? Lea: Não. Eu nunca vou ser cem por 100% mulher. Ceribelli: Você continua com o seu lado masculino? Lea: Eu continuo.eu tenho minha parte masculina. Eu calço 42. Eu tenho uma mão enorme, eu tenho o ombro largo. Eu tenho umas coisas masculinas no corpo. Ceribelli: Mas você não via antes da cirurgia. Por que você falava: não, eu sou uma mulher num corpo de homem? Lea: Eu queria reprimir, eu reprimia muito. Quando, do momento que eu fiz a minha cirurgia e que eu fiquei um mês deitada na cama, eu entendi que isso tudo é uma bobeira. Ceribelli: e quando você se olhou no espelho e não era o mesmo corpo? Lea: Era o mesmo corpo. Mudou só um detalhe. Ceribelli: Lea, você é mais mulher ou mais homem? Lea: Eu sou eu. Eu diria que eu sou eu. Lea sabe que, mesmo depois de operada, o preconceito ainda não vai parar. Mas se sente preparada pra isso. Lea: Vai ter sempre a pessoa que vai te jogar na cara que você é homem. Ou que vê você andando na rua e fala que você é um homem. E depois que você sofre de uma cirurgia dessas, se você não tiver pronta, se você não tiver...é como uma facada no coração. Ceribelli- E os homens hoje? Eles já te vêem como uma mulher? Lea: Depende. Depende do momento. Pra o que eles querem. Em relação a uma relação sexual, ai você é uma mulher. Mas em relação a ter uma historia com você, ai você é uma transexual. Você é um homem. Ceribelli:Mas dá pra mentir? Lea: No meu caso absolutamente não. Todo mundo sabe, mas para uma transexual. Eu conheço algumas que são casadas há anos e o marido nunca soube. Ceribelli- O medo que muitas transexuais têm é de perder o prazer na relação sexual depois da cirurgia. Este era um medo seu? Lea: Eu estava tão focada em fazer esta cirurgia que eu nem pensava nisso. Ceribelli: Afetou o prazer sexual? Lea: Não. É a coisa que eu fiquei mais impressionada. É a coisa que mais me chocou. Realmente eu não acreditava. Com senso de humor, Lea conta que ainda está aprendendo alguns "detalhes" da rotina de vida de uma mulher. Ir a um banheiro público por exemplo. Lea: Eu tinha medo de não conseguir segurar com a perna pra não encostar no vaso.Todas conseguem e eu vou conseguir. Eu vou agachar. Não deu outra. Eu cai. Sujou o vestido todo. Eu ficava impressionada que vocês conseguem fazer xixi agachada com salto. Novos desejos também estão surgindo na vida de Lea. Ceribelli: Você quer ser mãe? Lea: Eu gostaria. Eu acho que é uma das coisas que eu posso te dizer que eu notei em mim, que é feminino. Muito feminino. Que é esta coisa da maternidade. Dessa coisa de querer ser mãe. Talvez muito mais que ter um príncipe encantado. Acho muito mais importante. Ceribelli- Se você fosse adotar hoje você adotaria um homem ou uma mulher? Lea: Indiferente.

 
 
 

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