top of page

Imaginário


Na tela da alma faltam cores,

um vazio em luta constante com o imaginário.

Seguir ou partir para outra fase,

em um mundo paralelo ao que já perdeu seu brilho.


Mergulho em um suspiro profundo,

enquanto a linha sobe e desce,

desenhando a continuidade infinita

de possibilidades –

o brilho de um olhar apaixonado,

as cores da aurora,

os sons dos pássaros.


Mas a luta persiste, incessante,

contra o imaginário que nunca se cala,

até que se faça a escolha:

deixar a tela sem cor, sem vida,

ou ousar pintá-la novamente,

sabendo que o final será igual,

um rompante de fúria e dor.


Embriagar o corpo é uma opção ou uma obrigação.

Sinto que não tenho escolha,

quando o lícito é colocado goela abaixo

por aqueles que exibem suas telas vividas.


Em meio à confusão do imaginário,

essa é a lógica de um mundo caótico

que entorpece para parecer normal.

A mente volta à ordem,

mas nunca será normal,

pois em uma tela preto e branco,

a cor vem, mas não permanece.


A lógica se impõe,

onde o lícito e o ilícito se confundem,

sob o olhar crítico de quem nunca pintou uma tela com luta incessante do imaginário.


Vêronica fraga

ree

Kommentare


Post: Blog2_Post

©2020 por Diário de Alcova. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page