Imaginário
- Veronica Fraga
- 20 de jun.
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Na tela da alma faltam cores,
um vazio em luta constante com o imaginário.
Seguir ou partir para outra fase,
em um mundo paralelo ao que já perdeu seu brilho.
Mergulho em um suspiro profundo,
enquanto a linha sobe e desce,
desenhando a continuidade infinita
de possibilidades –
o brilho de um olhar apaixonado,
as cores da aurora,
os sons dos pássaros.
Mas a luta persiste, incessante,
contra o imaginário que nunca se cala,
até que se faça a escolha:
deixar a tela sem cor, sem vida,
ou ousar pintá-la novamente,
sabendo que o final será igual,
um rompante de fúria e dor.
Embriagar o corpo é uma opção ou uma obrigação.
Sinto que não tenho escolha,
quando o lícito é colocado goela abaixo
por aqueles que exibem suas telas vividas.
Em meio à confusão do imaginário,
essa é a lógica de um mundo caótico
que entorpece para parecer normal.
A mente volta à ordem,
mas nunca será normal,
pois em uma tela preto e branco,
a cor vem, mas não permanece.
A lógica se impõe,
onde o lícito e o ilícito se confundem,
sob o olhar crítico de quem nunca pintou uma tela com luta incessante do imaginário.
Vêronica fraga

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