O AMOR DE ADHARA
- Nina
- 9 de jun. de 2021
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Mais um ano e eu me sinto orgulhosa por segurar todos os dias minha bandeira, como um soldado incansável e indestrutível, mesmo me destruindo todos os dias e me reconstruindo pela noite.
Mais um ano, e eu posso agradecer por estar viva e me colocar de luto pelas pessoas que um dia estiveram debaixo dessa Bandeira e foram mortas por esse mesmo motivo.
Esse ano eu me recuso a escrever sobre a solidão da mulher lésbica, a sexualização do corpo bissexual, a marginalização do amigo gay e o esquecimento das outras letras que compõem esse grupo tão plural e singular ao mesmo tempo. Pois eu finalmente percebi que não preciso de alguém ao meu lado, enquanto eu estiver aqui debaixo eu nunca estarei só.
Sinto orgulho ao bater no peito e dizer que mesmo colocando minha cara a tapa todos os dias na rua ou dentro de casa eu sou a porta aberta para que mais pessoas sendo da minha família ou desconhecidos possam ser o que quiserem já que eu sempre estarei aqui para apoiar, ajudar, acolher enquanto minha vida durar.
Esse ano serei grata por perceber a importância desse dia, mesmo sentindo uma falta imensa dos meus amigos na Paulista... segurando o peso de ser quem somos, sendo amaciados pela companhia dos nossos companheiros de bandeira, luta e militância.
Adhara

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