Dia nosso de todos os dias... Mãe Solo
- Nina
- 16 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
Agora que o “Dia dos PAIS” passou e vimos aquele monte de postagem de pais amorosos, aquele tanto de declaração que o “ENZO é a razão da vida do PAPAI”, vim falar dos outros 364 dias da vida de uma criança que é fruto de um relacionamento de pessoas solteiras ou que se separaram.
Já falamos anteriormente que no Brasil 5,5 milhões de crianças tem apenas a mãe no registro de nascimento e 80% das crianças tem uma mulher como responsável pela sua criação espero que você tenha ficado chocada com esses números.
O que nunca é falado sobre a mulher que cria essa criança sozinha é que ela não quer ser “a guerreira”, ela não quer ser chamada de pãe tampouco receber os parabéns por fazer também o papel de pai. O que ela merece\quer\anseia é o pai seja responsável também pela vida que gerou... Não vou problematizar agora sore as relações de avós, tias e demais mulheres que assumem essa responsabilidade para não alongar mais ainda o assunto.
FATO É QUE ISSO TUDO PRECISA SER REVISTO E ESTUDADO.
Vou contar algumas coisas que vivi sendo mãe solo...
Além das preocupações diárias de alimentar, proteger, cuidar, dar banho, levar pra escola, promover o lazer, cuidar dos dodóis, levar pro médico, ficar hospitalizada com meu bebe, ensinar as tarefas, dar o remédio e todas as infinitas possibilidades diárias coube unicamente a mim tomar as decisões por ele. Parece simples, mas não poder dividir isso com o pai (e geralmente com ninguém) foi bem doloroso. A falta de ter alguém com quem dividir as preocupações, os anseios e os medos referente a uma criança...
Após os dois anos meu filho teve muitos problemas de saúde, incontáveis internações devido ao fato de ser uma criança prematura isso acabou motivando sucessíveis descontos no meu salário visto que a lei abonava uma quantidade x de atestados e eu havia ultrapassado, sucessivamente fui demitida do emprego... e vai tentar uma recolocação com filho pequeno pra você ver no que dá.
Eu era a responsável pela educação do meu filho. Seja ela a educação formal, ou a educação escolar. OK! Qual o problema disso? Passava horas com ele sentado ensinando as tarefas escolares, e não sei quantas horas mais falando que isto ou aquilo não estava certo. Eu era a chata, o papai quando aparecia sempre era o legal...
Aos fins de semana programados (sim fomos na justiça e regularizamos tudo inclusive o convívio) (sou virginiana né) as vezes o papi aparecia, outras vezes ele não vinha e cabia a mim explicar ao meu filho que o papai estava ocupado. Outras vezes ele pegava o filho e acabava deixando com terceiros pra ele poder sair, namorar ou outras coisas do gênero. Lá ia eu ter que ensinar que o filho é dele e não pode delegar a responsabilidade assim... “ Você deve se programar melhor para estar com seu filho, são apenas dois finais de semana no mês”... a farra podia esperar para o próximo fim de semana.
A cobrança da pensão é assunto que rende, discuto com muita gente sobre o assunto por que pra maioria dos pais 300 reais é o suficiente para o sustento de um filho (aqui incluímos alimentação, saúde, farmácia, medico, transporte, escola, vestuário, cursos) grande parte deles esbanjam quantias maiores uma noitada... Se for pensar a conta sempre pesa pra um lado. É lógico que ainda ouvimos a frase “ Tá gastando meu dinheiro no frevo” Qual dinheiro? O que sempre faltou, o que sempre chega atrasado, ou o que não vinha por que você estava desempregado... mas seu filho continuava a comer e eu a me virar.
“Pensão sempre é muita pra quem paga e pouco pra quem recebe”. Sempre falei isso.
Noites insones, acumulo de tarefas, responsabilidade excessiva, falta de tempo, de oportunidade, de dinheiro... no meu caso tudo valeu a pena... Consegui não apenas educar o meu filho, como ensinar o pai dele a ser PAI...
Hoje dividimos a tarefa, hoje ele se tornou o melhor PAI que meu filho pode ter.
Mas como o assunto se estendeu falarei disso na part 2.
Nina

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