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Quem é responsável pelo meu corpo? Quem é responsável pelas minhas decisões?

  • Nina
  • 28 de set. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de jun.

Uma das coisas que mais apreciei em conhecer o caminho de Deus é que ELE é reto, é um único caminho, sem exceção à regra. Como está escrito em Mateus 7:1-2:"Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e à medida que usarem, também será usada para medir vocês."

O aborto é uma questão de saúde pública, e em vez de criminalizá-lo, o Estado deveria garantir atendimento seguro e de qualidade.

Peço desculpas se minhas ideias não se alinham com as de vosmecê, mas durante algum tempo morei em um país onde quem governava era uma rainha. Nesse tempo, o feminino ganhou espaço. Eu via como o feminino era incluído. Lá, as mulheres conquistaram direitos e igualdade, inclusive acessibilidade para elas. Isso me fez repensar e ver as coisas de forma diferente.

Peço, aqui nesse momento, que minha fala não seja comparada à de ninguém, até porque minhas observações vêm apenas das minhas experiências e vivências de vida.

Entendo hoje que o aborto precisa, sim, ser incluído na discussão. Eu entendo as perspectivas daqueles que são contra — também já estive nesse grupo no passado, preocupando-me com o bem-estar do feto inocente.

"— Que dó do feto. Um inocente. Que dó de um inocente..."

No entanto, agora acredito que o poder de escolha de quem será pai e mãe pertence aos indivíduos. Minhas experiências e crenças hoje entendem que eu escolhi papai e mamãe.

Será que o feto não teve a mesma oportunidade de escolher seus pais?Pra você, quem escolhe os pais? Será o acaso...?

Devemos ser cuidadosos com nossas respostas, pois isso pode nos levar a julgar algo maior ainda.

É importante questionar: por quanto tempo mais a responsabilidade recairá apenas sobre as mulheres? Quando aprenderemos que essa responsabilidade deve ser dividida por três? E mais ainda: quem é o quarto elemento que se sente no direito de interferir em um sistema que não lhe diz respeito?

Recomendo que investigue sua ancestralidade feminina e reflita: quantas mulheres em sua linhagem podem ter enfrentado essa decisão difícil?Aborde esse assunto com compaixão, pois por muito tempo esse fardo foi carregado como segredo e dor.

Se em sua árvore genealógica não houver casos de aborto, posso entender que jamais compreenderá o que é, para uma mulher, fazer essa escolha.Mas, se houver... até quando julgará e culpará essas mulheres? Até quando você se sentirá com um "deus", julgando ou não o que é melhor para o seu próximo?

Você já aprendeu a amar o seu próximo?

Devemos aprender a amar nosso próximo, assim como nos ensina o caminho de Jesus.Em Eclesiastes 12:14 está escrito:“Deus julgará tudo o que foi feito, seja bom ou mau — inclusive o que está oculto.”

Se acredita que tudo na vida tem um propósito, também deve considerar que até mesmo a vida de um feto abortado pode ter um propósito.

Em países onde o machismo ainda é prevalente, é desafiador olhar para as mulheres com carinho. É um desafio. Mas é necessário.

Até quando desrespeitaremos a hierarquia daqueles que vieram antes de nós?Os pais vêm antes do filho — e têm o direito e o dever de fazer escolhas relacionadas à própria saúde e bem-estar. Qualquer coisa além disso é julgamento.

É importante distinguir entre descriminalização e legalização do aborto.Descriminalizar significa apenas retirar a prática do âmbito criminal.Legalizar implica regulamentar o procedimento, definir os momentos em que ele é permitido e garantir o apoio do Estado, inclusive através de planos de saúde.A legalização é mais eficaz para proteger os direitos das mulheres.

No caso do Brasil, o Código Penal prevê, no artigo 124, detenção de um a três anos para a mulher que aborta ou que é cúmplice de outra. Nos artigos 125 e 126, também pune quem realiza o procedimento, seja com ou sem o consentimento da gestante — isso inclui médicos.

Está certo isso, SENHOR?Até quando iremos repetir esse padrão?Padrão que não acolhe.Padrão que não ensina.Padrão que não tem compaixão.

O aborto é uma questão de saúde pública.Em vez de criminalizar, o Estado deveria assegurar atendimento seguro e de qualidade.

Naiana




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