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A CABAÇA o mito da virgindade

  • Nina
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura

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Recentemente, afirmei em uma conversa dentro de um grupo de mulheres que quem tirou minha virgindade fui eu mesma — e que me nego a dar esse “poder” a qualquer outra pessoa. Essa fala gerou uma baita discussão.

A maior parte da sociedade ainda entende virgindade como um “lacre” que as mulheres possuem, chamado de forma mais acadêmica de hímen, e que seria rompido através do ato sexual entre homem e mulher, via penetração do órgão masculino no feminino.

Dentro da sexualidade, a virgindade é considerada “perdida” quando há relação sexual. Mas vale destacar que o conceito de relação sexual é muito mais amplo do que esse padrão heteronormativo tenta impor. Pode envolver masturbação, sexo oral, penetração (com pênis ou não), sexo anal, ou outras formas de interação. O que determina a “perda” da virgindade, nessa lógica, seria se houve ou não algum tipo de prática sexual.

Mas… quem decide o que é “perda” e o que é “começo”? Fomos ensinadas — pelas novelas e filmes que assistimos (e sim, acabei de assinar meu atestado de idade aqui rs) — que a primeira vez teria sangramento, dor e drama. O roteiro era esse: o menino “descabaça” a menina, ele ganha o troféu de garanhão e ela, o de “perdida”. Corta a cena: na realidade, nem sempre há sangue, nem sempre há dor — e cada corpo reage de um jeito diferente.

A verdade é que a virgindade vai sendo desconstruída à medida que as descobertas sexuais acontecem. E essas descobertas nem sempre envolvem outra pessoa, muito menos um homem.

Quando disse que tirei minha própria virgindade, quis dizer que eu me descobri, eu me toquei, eu me entendi como mulher desejante — e desejei a mim mesma primeiro. E isso não é poesia — é poder. Poder sobre o próprio corpo, sobre os próprios desejos, sobre a própria história. Já me amava sexualmete antes de me entregar a um homem.


Ps.: Aqui quero dar uma cutucada em um tipo de pessoa que conheço e que tem todo tipo de intimidade com o parceiro: oral, masturbação e anal mas paga de resolvi esperar. Sério?

Nina

Alcoviteira que escreve com a alma e o corpo desnudo.



 
 
 

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