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O que acontece depois do match?

  • Nina
  • há 1 hora
  • 4 min de leitura

O que acontece depois do match?

Pois é... se você também é usuária de drogas — digo, de aplicativos de relacionamento — como eu, e vive sem entender muito bem o que acontece depois do bendito match, agora é a hora da gente se abraçar.

Tem muita gente que não acredita e nem entende por que eu continuo usando esse entorpecente moderno que são os apps de relacionamento. Veja bem, já fui criticada por usar essa droga e, acredite, até estimulada a usar outras coisas... rsrs vai entender. Já ouvi de muita gente coisas do tipo:“Você é uma pessoa tão legal, não devia estar nisso”, ou“Você é uma mulher bonita, não precisa de app”...Bla, bla, bla.

E eu respondo: tô nisso por dinheiro! Brincadeira — é pelo entretenimento mesmo. rsrs

Sinceramente, acabo achando mais fácil encontrar alguém pelos apps. Já conheci pessoas interessantes, sim — até tive relacionamentos que começaram ali, e deram certo (por um tempo). Mas confesso a todas vocês: é um saco.

A verdade é que os apps são uma vitrine de pessoas, onde, num primeiro momento, ninguém diz nada. É um desfile de fotos que, ora não revelam nada, ora ostentam o que a pessoa não é — acompanhado de uma profusão de frases e perfis genéricos que mais confundem do que atraem.

E o pior: sair do “oi, tudo bem?” exige mais energia que largar café, cigarro, açúcar e marijuanas ao mesmo tempo. E ainda vem com ressaca emocional de brinde.

Posso recitar inúmeras conversas idênticas:— Oi.— Oi, tudo bem?— Fala, de onde?— Uberlândia. E você?— Também. Mora onde?— Aqui no Santa Mônica. E você?— Trabalho com tal coisa... e você? Gosta do que faz? Tem filhos? O que curte fazer no tempo livre?

Aff! Sinceramente, não dá.

Vários já tentam marcar qualquer coisa sem o mínimo de contato — e o famoso “vamos sair?” passa a ser a segunda frase depois do “oi, tudo bem?”.

Sinceramente, gostaria muito de saber se tem mulher que cai nessa. Porque, olha... nem nos meus dias de ovulação um papo fraco desses é garantia de foda.

E nem adianta cortar o papo e mandar logo um “me passa o Whats”, porque aí piora. Parece que, se uma conexão mínima não for criada antes, quando a conversa migra pra outra plataforma, fica ainda mais vazia — e o papo morre em segundos.

Às vezes, quando parece que o negócio vai engrenar, o cara aparece com a clássica:— “Tá fazendo o quê?”

Você responde, ele some. De repente, surge a pérola:— “Vem aqui em casa pra gente ver um filme e tal...”

De novo essa mesma ladainha.

Até entendo que hoje em dia tem delivery pra tudo, mas aqui, de xereca, não tem! Olha que tenho uma amiga que vive falando que vai fazer esse delivery... quem sabe funcione, né?

Eu gosto de sexo, sou sexóloga e entendo demais a necessidade que o meu corpo tem de praticar — fazer cardio, como muitos dizem hoje em dia. Mas de forma tão leviana, pra mim e para muitas, não dá.

E MUITAS VEZES, quando tento explicar isso para o cara — tipo: “Olha, mesmo que seja uma relação casual, o primeiro convite não pode ser na sua casa” — o cara vem com discurso de ofendido, se fazendo de coitado, tipo: “Você está achando que sou algum psicopata?”

Pode até ser, ou não ser, e confesso que não é na primeira, segunda ou sei lá qual vez que dá para saber se um macho é um traste. Mas o lance é que, para saber se existe química comigo, é necessário ter alguns encontros, sim, não tenho medida para saber se da onda ou não de primeira ou o barato vai acontecer depois...

Não quero (nem posso) querer saber na casa do cara se vou querer dar pra ele ou não — isso só se constrói com tempo, conversa e conexão.

Já falou não para homem de pau duro querendo te comer num lugar fechado, só pra “ver o que acontece”? Te garanto: não é fácil sair dessa.

E esse é um dos motivos pelos quais não trago ninguém pra minha casa. Falo isso pra todo mundo: casa da gente é espaço sagrado, e só entra quem já deixou de ser droga e passou a ser benção...

Até porque, se o cara for o psicopata que falei ali em cima, aí já era, né?

E voltando à questão: o que acontece depois do match?

É uma sucessão de expectativas e realidades — como num ciclo de drogas, com euforias e depressões, altos e baixos.

Muita gente busca coisas vazias, fáceis e sem significado. Não vou entrar no mérito do que é oferecido aos homens, porque esse não é o foco do Diário, mas sei o que vejo e o que é discutido entre minhas amigas usuárias — todas viciadas nessa busca incessante pela droga certa.

Então, mulherada, segura esse fogo, guarda para depois de algumas conexões mínimas — ou não também... rsrs

Não vim aqui cagar regra pra ninguém. Se seu desejo/vício te leva a se relacionar de uma forma diferente, se joga — mas se cuida, porque o desejo é poderoso, mas cuidar de você é revolucionário.


Nina

A Alcoviteria viciada em Tinder

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