Vinho derramado
- Lucelena
- 21 de jul.
- 2 min de leitura
Eu o convido para jantar em minha casa.
Compro vinho, faço um assado de tilápia, salada de brócolis, um mix de legumes em conserva e arroz branco.
Ele chega!
Não aperta o interfone, manda uma mensagem no WhatsApp:
“Amor, eu estou aqui.”
Eu penso:
“Por que ele não apertou o interfone? Assim eu abriria daqui para ele entrar.”
Mas repenso — não devo perder a paciência.
Afinal, já tinha prometido a mim mesma que esse seria um reencontro para transar.
Mesmo sabendo que, em tempos idos, ele tinha ejaculação precoce.
Mas isso pode ter mudado.
Vai que ele está diferente... vai que a gente até estende um pouco mais o prazer.
Vou lá no portão recebê-lo.
Ele está dentro do carro.
Ao me ver, desce e me abraça forte, cheio de saudade.
Então eu já sinto minha boceta doer de tesão.
Penso:
“Oba, acho que vai ser bom.”
Ele volta para o carro.
Eu abro o portão da garagem.
Ele leva uma eternidade para entrar e estacionar.
Eu lá, esperando... e a xoxota já esfriando.
Vejo que, após estacionar, ele continua dentro do carro, abaixado, mexendo em algo.
Vou lá verificar e entendo o ocorrido:
Ele está tentando limpar o tapete do carro, pois o vinho que trouxe havia derramado.
Uma única garrafa de vinho.
Já aberta.
Agora, com o derramamento, restava menos da metade — e ele estava preocupado com a lambança no tapete.
Sem contar que a marca do vinho eu não gosto.
Nas nossas mensagens, eu já havia comentado.
Mas, como eu já tinha comprado meu próprio vinho, fiquei aliviada.
Entramos.
E ele não parava de reclamar do acidente com o vinho, do tapete sujo, de uns pingos na camiseta.
Meu tesão começou a enfraquecer.
Tomei uma taça do meu vinho para tentar manter o clima.
Afinal, eu já tinha feito minha cabeça: ia dar pra ele naquela noite.
Não podia mudar de ideia.
Tinha que transar.
Mas ele ainda não havia aprendido a beijar.
Beijo meia boca.
Continuava com aquela mania de esfregar o rosto no meu — e aquele roçar da barba mal feita me irritava e machucava.
E mais: ainda insistia na mania de passar a mão no cu e na boceta ao mesmo tempo.
Tive que chamá-lo à atenção.
Lembrei que, na época em que a gente namorava, eu já tinha ensinado:
Não misture as coisas.
Nunca atravesse o campinho com a mesma mão.
Pra não passar bactéria do cu pra xoxota.
Acho que homem precisa de um mínimo de conhecimento.
Um conjunto de atitudes e cuidados com a intimidade da mulher.
Isso é ser bom de cama.
Entender como funciona seu próprio corpo — e, principalmente, o da parceira. Lucelena

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